Joyce Moreno lembra a amiga Elizeth Cardoso, no dia em que a cantora completaria 100 anos
Para ser lido ao som de Elizeth Cardoso & Raphael Rabello em Faxineira das Canções/Camarim/Refém da Solidão

Não sei se conheci Elizeth nos bastidores daquele antológico concerto do Teatro João Caetano, em 1968 – ela juntando Jacob do Bandolim e o grupo Época de Ouro com o Zimbo Trio, ideia do Hermínio (claro, quem mais?), fazendo o que hoje os gringos chamam de “crossover”, a mistura de estilos aparentemente muito diversos. Ou se nos conhecemos numa daquelas reuniões na casa do Maurício Tapajós, o que também pode ter sido. Ou as duas coisas juntas. Sei que nos gostávamos muito, e sempre que foi possível, estivemos próximas.
Descobrimos, inclusive, que tínhamos recebido presentes idênticos de um mesmo fã japonês – um lindo quimono de seda que ela usava nos camarins, tomei um baita susto quando vi: “ué, tenho um igualzinho!” Quem deu, quem não deu, tinha sido o mesmo fã japa, e rimos muito com essa história.
Ela era a Divina, a Magnífica, era todas essas coisas quando estava no palco. Fora dele era simples, despojada, engraçada e divertida.
E ter feito a Faxineira das Canções apra ela, e vê-la gravando, e fazer um vocalise no início da canção, a pedido do Hermínio, tive sim, alguns privilégios. Hoje minha amiga faria 100 anos. Partiu aos 70, no auge da voz e da beleza. Vamos cantar para ela hoje, no Instagram do @teatro.rival.refit seremos muitos e muitas. E eu faço a abertura, às 4 da tarde.
Hoje é dia de Elizeth Cardoso.