Jazz é bola na rede

AmaJazz escala um dream team capaz de conquistar muitas vitórias e dar grandes alegrias à torcida

Para ser lido ao som de Pelé, de Dizzy Gillespie

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Jazz é improviso. É alegria da torcida. E com a Copa do Mundo começando, eu escalo a seleção da AmaJazz. Uma equipe equilibrada, que sabe explorar o jazz-moleque sem se perder em firulas. Respeitado e temido pelos adversários, o time promete seguir sua senda de vitórias e conquistar títulos. O time vem com:

Goleiro: Max Roach
Jogador aplicado e de extrema categoria. Técnica perfeita. Embaixo da meta é uma garantia de tranquilidade aos seus companheiros.

Lateral direito: Ornette Coleman
Começou na defesa mas com seu futebol moderno logo se destacou como um lateral polivalente que dá segurança ao grupo e que consegue ajudar na armação. Não se prende muito à posição. Joga totalmente free.

Zagueiro central: Duke Ellington
Firme e com espírito de liderança. É o mais experiente do grupo. Começou nas divisões de base de um pequeno time de Washington mas logo destacou-se como um zagueiro sóbrio e seguro, que raramente faz faltas. Seu reserva imediato é Billy Strayhorn.

Quarto-zagueiro: Coleman Hawkins
Outro representante do futebol clássico. Atleta de grande fôlego e com alta capacidade de recuperação. Durante muito tempo disputou a posição com Lester Young mas seu estilo mais competitivo lhe garantiu a titularidade.

Lateral-esquerdo: Thelonious Monk
Jogador polêmico, mal avaliado quando ainda estava nas divisões de base mas ao passar a integrar o Minton’s, clássica equipe da Rua 52, logo confirmou o que claramente é: um craque. Lateral moderno e revolucionário que deu nova dimensão à posição. A torcida o chama de El Loco Monk

Volante: Charles Mingus
Jogador vigoroso e temperamental, com uma carreira irregular por conta de frequentes internações. Também teve problemas com a balança. Mas sua alta qualidade técnica e sua capacidade de enxergar o jogo fizeram de Mingus um dos jogadores mais respeitados pelo grupo.

Meia-direita: Charlie Parker
Também conhecido como Passarinho, Parker revolucionou o futebol com seu estilo ousado e inquieto. Gênio do improviso, Parker esteve afastado por algumas temporadas por problemas com doping.

Meia-esquerda: Miles Davis
Júnior revelado ainda muito cedo na equipe lançada por Parker, Miles logo se destacou pelo seu individualismo e pelo estilo surpreendente. Jogador cerebral e inventivo, Miles nunca ficou muito tempo vinculado a um mesmo time, vestindo as camisas do SC Bebop e do Cool FC até assinar, já veterano, com o Jazz-Rock-Football, onde fez belas temporadas que lhe garantiram a convocação.

Ponta-direita: Dizzy Gillespie
O moleque travesso do jazz. O filho da Dona Lottie, que ainda juvenil deixou a Carolina do Sul e logo se destacou em Nova York ao assinar contrato com o Minton’s. Lá fez tabelinhas antológicas com Parker e Monk, deixando o público desconcertado com seus dribles.

Centro-avante: John Coltrane
Atacante veloz – conhecido por seus giants steps – e impetuoso. Pelo seu comportamento e pela sua timidez, demorou um pouco a se destacar porém logo deixou claro que era um dos talentos imprescindíveis dessa equipe. Gosta de jogadas pensadas e de longos improvisos.

Ponta-esquerda: Sonny Rollins
Revelado na mesma época que Coltrane, logo destacou-se pelo estilo vigoroso, pela capacidade de entrega e pelo fôlego. Por problemas pessoais, esteve afastado da equipe. Ao retornar, conseguiu retomar o talento de sempre, tornando-se atleta referencial no time.

 

Autor: Márcio Pinheiro

Jornalista, roteirista, produtor cultural

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