Berimbau não é gaita e contrabaixo não é violoncelo!

Reinaldo Figueiredo já explicou milhões de vezes. Agora presta atenção: é a última.

Para ser lido ao som de Ron Carter em Willow Weep For Me e Jaques Morelenbaum em Retrato em Branco e Preto

Sei que neste momento o país enfrenta problemas gravíssimos, mas eu queria aproveitar este espaço para tentar resolver um problema pessoal que vem me aporrinhando há muitos anos. Não sei se vocês sabem, mas uma das minhas identidades secretas é a de “contrabaixista de jazz”. O problema é que todo mundo que me vê tocando o instrumento chega para mim e fala: “Que interessante! Não sabia que você tocava violoncelo…”. E aí eu tenho que explicar, pela milionésima vez, que violoncelo é uma coisa e contrabaixo é outra. E vou ter que explicar de novo: o violoncelo é aquele instrumento que o cara toca sentado numa cadeira, aquele do Jaques Morelenbaum. O contrabaixo é aquele instrumento enorme, também apelidado de “violino de Itu” ou “cavaquinho de elefante”. É muito usado no jazz, por músicos famosos, como o grande Ron Carter (1m96cm de altura).

Nesta minha campanha de esclarecimento, é bom também lembrar o caso que aconteceu com um colega contrabaixista, o Ronaldo Diamante. Um dia ele estava se apresentando com o seu grupo e, depois do show, uma senhora veio falar com ele. Disse que tinha gostado muito e queria contratar o grupo para tocar na festa de casamento da filha. Ele topou o serviço e aí passaram a conversar sobre os detalhes: a data, o horário, o cachê etc. Tudo resolvido, na hora de se despedir, ela falou: “Adorei o som do seu violoncelo!”. O músico, tentando manter a calma, disse: “Minha senhora, não é violoncelo. É contrabaixo!”. E ela: “Ah, não é violoncelo? Então não quero mais!”.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.