Maria Duhá-Klinger lembra como, 12 meses depois, Rita Lee continua brilhando
Para ser lido ao som de Rita Lee em Mutante
Para aqueles que, como eu, acreditam na teoria quântica dos universos paralelos, e que veem a morte como uma extensão da nossa energia para um renascimento nesses outros mundos, a passagem de Rita Lee, há um ano, nos deixa com um sentimento de transcendência, que ecoa na permanência do divino. Rita presente!
E assim se passaram 12 meses. Sua obra está brilhando como nunca. Ela vive. Aqui. Ali. E em qualquer lugar. Aqui e agora o momento é dela.
Desde a sua partida deste planeta, uma “avalanche Rita Lee” foi detonada com o lançamento do livro Rita Lee – Outra Autobiografia, planejado por ela para o dia 24 de maio, dia de Santa Rita de Cassia. Mas, porém, a Santa Rita de Sampa assistiu a tudo já em outro universo. O livro, um depoimento realista escrito na antessala da estrada que leva a uma grande avenida tocou fundo nos corações, e em um ano já está na terceira reimpressão. Coisas da vida!
Várias mostras de arte, tributos, eventos pelo país abriram o caminho para os lançamentos da trilogia de luxo (Rita Lee – Autobiografia, Rita Lee – Outra Autobiografia e o livro de contos Dropz), com o bônus de um mágico Ritarô cujas cartas são arte naif na sua melhor forma. Rita está em cada uma das cartas dos 22 arcanos, com intervenções artísticas nas fotos de uma sutileza e leveza que ajudam na interpretação. Preciosidades da vovó Ritinha!
Todos esses brindes chegam até o público sobre a direção do consagrado Phantom – o alter ego da autora, aquele que esclarecia pontos obscuros nas autobiografias. Ele é o multifacetado jornalista, editor, fotógrafo, roteirista, produtor, criador, Guilherme Samora, uma força da natureza e um súdito que teve o privilégio de ter convivido com a rainha.
Like a Rolling Stone as pedras continuam rolando… e na sequência foram lançados três discos em vinil: Acústico MTV, Marca da Zorra e Balacobaco. A capa da Zorra é novidade, e tem um design a altura do som. É um trabalho do artista Guilherme Francine, que foi o mestre de Rita na coloração da foto de capa de Rita Lee – Outra Autobiografia. Agora, imagino ela numa nuvem sorrindo, como nós sorrimos ao ver o trabalho.
E a coisa não para, num momento de fofura total em dezembro, Isabella Lee com muita classe recebeu o prêmio em homenagem à sua avó no WME – Women’s Music Event Awards da Billboard dedicado às mulheres do universo musical e disse: “Ela faz muita falta, eu penso nela quase todos os dias, ela inspirou muitas mulheres espalhadas pelo Brasil”. E o pai dela o guitarrista Beto Lee, quando não está tocando com os Titãs, anda pelo Brasil com o espetáculo vibrante Uma Homenagem a Rita Lee por Beto Lee in Concert, com uma banda de feras que foram fiéis escudeiros/bandeiros da sua mãe. E mais, o doce vampiro Roberto de Carvalho, com sua guitarra virtuosa, se fez presente no encerramento do show de Marisa Monte no Rio. E Rita sempre ali. Só dava ela no pedaço.
Homenagens pipocam pelo Brasil. Rua Rita Lee em Jandira, São Paulo, Palco Rita Lee no meio da Cidade Olímpica do Rio de Janeiro. E a cereja em cima do bolo: o projeto aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo agora aguardando a votação no legislativo e a sanção do prefeito da mudança do nome do Ibirapuera para Parque Ibirapuera – Rita Lee. Existem controvérsias, mas o fato de agregar Rita Lee ao nome existente não muda em nada a nomenclatura original, apenas faz uma homenagem merecida para a representante suprema de Sampa.
E, para finalizar, em abril o espetáculo Rita Lee – Uma Autobiografia Musical estreou com toda a temporada lotada. A atriz Mel Lisboa está sendo aplaudida por reencarnar Rita na peça com precisão e talento. Pessoas viajam de lugares distantes para assistir ao show, como é o caso de Petite Gatita, administradora da página Rita Lee Canada, que veio de Ottawa só para o evento.
Existe uma coesão nesta avalanche, uma força de amor capitaneada pelo eterno marido em preservar e manter a sua memória. Diariamente as redes sociais são invadidas por páginas de fãs (mais de 65 só no Instagram). Roberto de Carvalho, como porta-voz, tem se mantido fiel ao amor e frequentemente brinda aos seus seguidores com fotos e updates do que está acontecendo com as produções. O mito está voando no alto astral… AVE RITA!
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Em 31 de dezembro para celebrar o aniversário da minha musa, escrevi uma carta para ela aqui na AmaJazz na qual mencionava algo que tínhamos em comum e o quanto ela tinha me inspirado nesta batalha da saúde contra o dragão da maldade. Até o momento a saúde continua vencendo… Praise the Lord! Always!
AmaJazz 