Roberto Muggiati* seleciona dez nomes não tão reconhecidos do sax-tenor e indica o que ouvir

No sax-tenor, Lester Young, Coleman Hawkins, Ben Webster, Stan Getz, John Coltrane, Sonny Rollins são hors concours, certo? Então aí vão os dez sax-tenores de alta qualidade que nem sempre são lembrados.
E ainda faço um ruidoso mea-culpa: morando dois anos em Paris, eu poderia ter comprado um Selmer Mark VI e estudado com o Barney Willen, que morava na rive gauche, Rue Dauphine, a cem metros de mim, no gargalo da Place Dauphine, bem no meio do Pont Neuf. Quando partia para a esbórnia em Saint-Germain, eu ouvia sempre seu tenor saindo pela janela aberta do quarto andar: como bon garçon, Barney treinava oito, dez horas por dia.
Outro vacilo foi ter morado, depois, três anos em Londres, quando trabalhava na BBC. Bem que poderia ter estudado com o Tubby Hayes! Eu o ouvia toda noite do Ronnie Scott’s, bem como o Dexter e o Griffin, quando começaram seu exílio europeu no final de 1962.
Vamos à lista:
- Bill Perkins & Richie Kamuka (em empate técnico): “Oh, Look at Me Now!”
- Bobby Jaspar: “What’s New”
- Dexter Gordon: “Autumn in New York”
- Hank Mobley: “Remember”
- Johnny Griffin: “In a Sentimental Mood”
- Paul Gonsalves: “Diminuendo and Crescendo in Blue”
- Sonny Stitt: “Corcovado”
- Tubby Hayes: “Night and Day”
- Wardell Gray: “One O’Clock Jump”
- Zoot Sims: “Emily”
* Roberto Muggiati é jornalista desde os anos 50, foi editor-chefe da revista Manchete por mais de duas décadas e é autor de livros como Blues: da Lama à Fama (Editora 34, 1995), New Jazz: de Volta para o Futuro (Editora 34, 1999), Rock: O Grito e o Mito (Editora Vozes, 1973). Quando não está escrevendo, pilota um sax-tenor Selmer Mark VII