
Americano de Nova York, com passagens pela Espanha e pela Inglaterra, o andarilho Bruce Henri veio para o Brasil com a família no final dos anos 60. Nos últimos quatro anos tem morado em Portugal, seguindo um caminho artístico que começou com as bandas Outcasts (com o qual gravou um LP pela Elenco) e Soma (com outro LP, pela Red Bird Records) e passou por parcerias com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jards Macalé, Naná Vasconcelos, Raul Mascarenhas e Tom Jobim. Na década de 90, lançou os CDs Bruce Henry (1991), Equatorial Blues (1993) e Búzios Live (1995), gravado na pousada que mantinha no litoral fluminense. Seu disco mais recente é Villa’s Voz, em que aproxima Villa-Lobos do jazz. Fala aí, Bruce:
Você circula entre rock, blues, MPB, Villa-Lobos… Onde entra o jazz?
Circulo entre muitas mas é tudo música (você esqueceu ainda tangos, fados, erudito e etceteras) e a maneira que interpreto isso tudo é onde vive o jazz, e o swing está nos silenciosos entre semínimas.
Você mora em Portugal. Como é a cena jazzística portuguesa?
Moro aqui há quase 5 anos. A cena jazz é um pouco ortodoxa demais para meu gosto, muito “igreja do jazz” e “vaca sagrada”. Mas os músicos são excelentes.
Algum baixista de jazz foi fundamental na tua opção pelo instrumento?
O fato de eu tocar contrabaixo foi pura sorte. O instrumento é que me escolheu. Mas admiro muito Gary Peacock (pela sonoridade e articulação), Ray Brown (pela sonoridade e melodia), Paul Chambers (pela sonoridade e trabalho de arco) e Dave Holland, por ser o musico que é que participou de tanta coisa e por ser um cara genial.