Terminada a festa, ficam lições para o futuro
Então tá combinado, é quase nada, como cantaria Caetano se tivesse ido à 25º edição do Grammy Latino. De volta ao Rio, que, hoje e amanhã, é a capital de boa parte do mundo com o G20, dou meus pitacos finais sobre o grande evento em Miami, encerrado na quinta-feira passada.
Para início de conversa, o meu desconforto no Kaseya Center (um ginásio de esportes, com capacidade para em torno de 15 mil pessoas) foi compartilhado por muito da enorme comitiva brasileira. Mesmo artistas e produtores indicados ao troféu, na véspera, ficaram horas na fila para pegar seus convites diamante, e mais uma hora e tanto para ter acesso ao tapete vermelho. Mesmo assim, a maioria assistiu à premiação na arquibancada, nos setores que seriam dos convites ouro e bronze, onde a acústica era péssima e a visibilidade nula. Sim, ginásios como o antigo American Airlines não são projetados para a música; mas, telões decentes resolveriam no segundo quesito.
Gente que, no ano passado, acompanhou a semana do Grammy Latino em Sevilha e também aqueles que foram às edições recente anteriores em Las Vegas concordam que em 2024 vivenciamos o efeito de uma logística à la Pazuello. Então, no modo crítica construtiva, vamos a algumas sugestões para o futuro. Que a Premiére, na qual são entregues a maioria dos troféus, seja uma festa completa, com seu red carpete e um coquetel pós anúncio dos ganhadores. Para a “festa oficial” e o red carpet, teriam acesso apenas aqueles também indicados às dez categorias que vão ao ar no telecast e os premiados no início da tarde. Tivesse sido assim, muitos não ficariam mais de uma hora engarrafados entre o Miami Beach Convention Center e o Kaseya Center (no centro), nem se frustariam ao ver que não foram convidados para a grande festa, tendo que se virar com a junk food cara vendida no setor das arquibancadas.
Como fiquei sabendo depois, muitos dos brasileiros nessas condições adversas, percebendo a roubada, fizeram o mesmo, voltando para o hotel.















