As 20 mais

Márcio Pinheiro fala sobre canções que marcaram época e convida os leitores a fazerem suas próprias listas

Para ler ao som das playlists AmaJazz 20+ e AmaJazz 20+ Márcio

Foto de 1967 por Paulo Scheuenstuhl e reunindo alguns dos principais nomes da música brasileira.
A imagem foi capturada na cobertura de Vinicius de Moraes, na rua Diamantina, no Jardim Botânico (Reprodução)

Semana passada, Ruy Castro publicou na Folha de S. Paulo a sua lista com as 20 maiores músicas brasileiras desde 1925. “Ao fazê-la, não me baseei no meu gosto pessoal nem na complexidade das canções, inacessível a leigos como eu”, explicou. “Listei – por ordem cronológica – os títulos que abriram caminhos, firmaram um gênero, consolidaram um ritmo”, acrescentou. Ao final, deu um aviso e lançou um desafio: “Não me diga que ‘faltou’ esta ou que ‘me esqueci’ daquela. Faça a sua própria lista, e ela será perfeita para você”.

Então resolvi não fazer apenas uma, mas duas listas. A primeira seguindo o mesmo critério proposto por Ruy, levando em consideração a relevância e a perenidade das canções. Minhas indicadas são:

  1. Boas Festas (Assis Valente, 1933)
  2. Conversa de Botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935)
  3. Carinhoso (Pixinguinha, 1937)
  4. Aquarela do Brasil (Ary Barroso, 1939)
  5. O Que É Que A Baiana Tem? (Dorival Caymmi, 1939)
  6. Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1947)
  7. Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1958)
  8. Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1962)
  9. Marcha da Quarta-Feira de Cinzas (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1963)
  10. A Banda (Chico Buarque, 1966)
  11. Pra Dizer Adeus (Edu Lobo e Torquato Neto, 1966)
  12. Samba da Benção (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1967)
  13. Eu e a Brisa (Johnny Alf, 1967)
  14. Alegria Alegria (Caetano Veloso, 1967)
  15. Domingo no Parque (Gilberto Gil, 1967)
  16. Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967)
  17. Sei lá Mangueira (Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho, 1970)
  18. Que Maravilha (Jorge Ben e Toquuinho, 1970)
  19. Construção (Chico Buarque, 1971)
  20. Águas de Março (Tom Jobim, 1972)

Porém, na segunda lista, fui mais sincero comigo mesmo e selecionei as minhas 20 preferidas, desprezando qualquer espécie de relevância ou importância história. Era a MINHA lista, com as que mais me tocaram. São elas:

  1. Demais (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, 1959)
  2. O Que É Amar (Johnny Alf, 1961)
  3. Primavera (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1964)
  4. Amazonas (João Donato, 1965)
  5. Pra Dizer Adeus (Edu Lobo e Torquato Neto, 1966)
  6. Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967)
  7. Wave (Tom Jobim, 1967)
  8. Mudando de Conversa (Hermínio Bello de Carvalho e Maurício Tapajós, 1968)
  9. Sá Marina (Antonio Adolfo e Tibério Gaspar, 1968)
  10. Meu Nome É Gal (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
  11. Casa No Campo (Zé Rodrix e Tavito, 1972)
  12. Mistérios (Joyce e Maurício Maestro, 1978)
  13. Ive Brussel (Jorge Ben, 1979)
  14. Logo Agora (Jorge Aragão, 1979)
  15. Lua de São Jorge (Caetano Veloso, 1979)
  16. Palco (Gilberto Gil, 1980)
  17. Só Nos Resta Viver (Angela Ro Ro, 1980)
  18. Negros Blues (Jorge Mautner, 1981)
  19. Mil Perdões (Chico Buarque, 1984)
  20. O Negócio É Amar (Carlos Lyra e Dolores Duran, 1984)

Por fim, faço a mesma proposta do Ruy. Mandem as suas listas.

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Autor: Márcio Pinheiro

Jornalista, roteirista, produtor cultural

2 pensamentos

  1. As minhas 20 mais, que eu me permiti selecionar com muita dificuldade, que poderiam ser outras tantas, pois antes de necessariamente serem as que eu considero as melhores, são de relevância por marcarem passagens no decorrer de minha vida, em ordem aleatória, cobrindo da minha infância, lá pelos 8/9 anos de idade (fortemente influenciado pela Jovem Guarda), até parte da primeira década dos anos 2000, antes da música brasileira passar a sobreviver via respiração artificial (desculpem-me pela piada):

    1) As Pastorinhas, de Braguinha e Noel Rosa, na esplêndida voz da Dalva de Oliveira (influenciado pela minha saudosa mãe, que cantava bem, com timbre que lembrava Dalva de Oliveira);
    2) O Trovador, de Altemar Dutra e na sua potente voz (também sob influência de minha mãe);
    3) Tarde em Itapoã, música de Vinícius de Moraes e letra de Toquinho, ambos interpretando;
    4) Carinhoso, música de Pixinguinha, letra de Braguinha, na interpretação do trumpetista Marcio Montarroyos;
    5) Asa Branca, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, que também interpreta;
    6) Chega De Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, interpretação de João Gilberto;
    7) Piano Na Mangueira, de Tom Jobim e Chico Buarque, interpretação de Tom Jobim;
    8) Só Danço Samba, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, interpretação de Tom Jobim;
    9) Apenas Um Rapaz Latino Americano, de autoria e interpretação de Belchior (arranjos de Ruriá Duprat);
    10) Paralelas, de autoria e interpretação de Belchior (arranjos de Ruriá Duprat);
    11) Admirável Gado Novo, composição e interpretação de Zé Ramalho;
    12) Avôhai, composição e interpretação de Zé Ramalho;
    13) Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles E Os Rolling Stonnes, de Mauro Lusini e Franco Migliacci, versão e interpretação de Os Incríveis;
    14) Por Isso Corro Demais, composição e interpretação de Roberto Carlos;
    15) Amor Sem Limite, composição e interpretação de Roberto Carlos;
    16) Ternura, composição de Estelle Levitte e Kenny Karen, interpretação de Wanderléa;
    17) Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida, composição e interpretação de Paulinho da Viola;
    18) Trenzinho Do Caipira (Tocata das Bachianas Brasileiras n. 2), de Heitor Villa-Lobos, interpretação de Egberto Gismonti;
    19) Disparada, de Geraldo Vandré e Theo de Barros, interpretação de Jair Rodrigues;
    20) Alegria, Alegria, composição e interpretação de Caetano Veloso.

    Ufa! Tá bom, né?!

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