Blue Moon

Roberto Muggiati escreve sobre a canção que todos amam

A melodia de Blue Moon, escrita em 1933 por Richard Rodgers sob encomenda da Metro Goldwyn Mayer, passou por três filmes, com letras diferentes do parceiro Lorenz Hart, mas acabou engavetada. Só seria lançada, como disco avulso, com título e letra definitivos, em 1934. O resto é história: o standard tornou-se um favorito de várias gerações, gravado por Frank Sinatra, Bing Crosby, Dean Martin, Elvis Presley, Eric Clapton, Bob Dylan, The Supremes, Ella Fitzgerald e Billie Holiday. Mais recentemente, a aclamação universal: Blue Moon, a canção de amor, foi adotada como hino de guerra da torcida do Manchester City, um dos times de futebol mais vitoriosos do planeta.

Na terminologia astronômica, é a segunda lua cheia do mesmo mês, fenômeno que ocorre esporadicamente – neste mês, temos a Lua Azul em 30 de agosto. Ouçam a evolução da canção em diversas interpretações ao longo dos últimos 90 anos. Chamo a atenção para a turbinada versão doo wop de The Marcels. Acrescento uma favorita pessoal, com Jane Froman, do filme With a Song in my Heart/Meu coração canta, estrelado por Susan Hayward. E duas favoritas dos jazzófilos, com o trompetista Clifford Brown e com o saxofonista Ben Webster, acompanhados por orquestra de cordas, instrumentais de intenso sabor vocal. E, para terminar, a voz personalíssima do roqueiro laureado pelo Prêmio Nobel de Literatura, Bob Dylan, em lírica levada hillbilly.

Um PS bem pessoal: aos 12 anos na praia de Guaratuba, um bando de adolescentes cantava a versão brasileira de Blue Moon (“Lua azul/que se esconde no seu olhar…”). Não consegui de modo algum encontrar esta versãona internet, para compensar, ofereço a versão cantada em inglês, com leve sotaque lusitano, pela fadista portuguesa Amália Rodrigues.